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terça-feira, 8 de junho de 2010

FILHOS DA CIDADANIA

FILHOS DA CIDADANIA

Era uma vez uma família como muitas outras, de um lado o Pai Chamado de Sociedade do outro a Mãe chamada Cidadania. "Cidadania" e "Sociedade" resolveram que não mais determinariam normas de conduta para seus filhos e que a partir daquela data eles teriam que conviver na família em harmonia, mas sem imposições, pois "Cidadania" e "Sociedade" queriam ver se seus filhos estavam prontos para seguir a vida em Democracia.

A Moral, filha do meio, foi logo tomando a frente:

-Todos devem se orientar por mim, pois sou eu que direciono a conduta e quem me contrariar certamente será punido. Vocês sabem muito bem que Papai (Sociedade) confia muito em mim e certamente a convivência em harmonia será conquistada nem que seja pela imposição, tenho regras claras e penalidades baseadas em leis, nada foge aos meus olhos...

A Ética, filha mais velha, ironizou a moral e disse:

-Deixa de ser metida! Tudo que você faz é baseado nas minhas conquistas, sou eu quem garanto a felicidade, não existe harmonia sem pensar em mim. Muitas vezes as leis são colocadas de lado e interpretadas segundo minha visão, sem contar que sua conduta, Dona Moral, é sempre muito discutida e muitas vezes não é aceita por todos. Veja, antigamente era imoral usar mini-saias, ou a mulher trabalhar fora... Graças a minha ética, agora somos todos iguais suas ignorantes leis foram mudadas. Já no meu caso, sou sempre bem vinda, tenho portas abertas em todos os lugares em qualquer época...

-Não me venha com essa! Disse a Moral. Você está ultrapassada, as pessoas só agem porque tem medo de mim e das minhas punições, por exemplo: Os motoristas respeitam a velocidade permitida somente nos trechos em que colocamos radares, eles não pensam em você, Dona Ética, eles têm medo das multas. Em rodovias que não têm radares, o número de acidentes é noventa por cento maiores do que nas que têm radares.

A Ética, com tristezas nos olhos, abaixou a cabeça por alguns minutos, retomou o fôlego e disse:

- A culpa não é minha! As pessoas não me conhecem! Quem me conhece nem se preocupa com os radares, elas sabem dos perigos do transito e respeitam a velocidade em todos os trechos da rodovia. Se todos agissem sobre minha orientação não teríamos acidentes. Você Moral, não garante a harmonia. Veja quantas crianças abandonadas, quantas pessoas vivendo na miséria, quantos pais perdendo seus filhos, quanta marginalidade e a “lei de Gerson” Tudo isso - comentou a Ética - podem não ser imorais, mas, com certeza, não têm nenhum pouquinho de ética.

Nisso o Bom Senso, filho caçula, pediu a palavra e disse:

- Meninas não briguem, na verdade precisamos de vocês duas, pois não consigo imaginar uma moral que não seja baseada na ética, como não acredito em ética que desabone a moral. Quando a moral está equivocada a ética entra e muda as leis. Não podemos ter somente a ética porque muitas pessoas são imaturas e não conhecem a grandeza que está por detrás dos seus ensinamentos, portanto precisamos também da moral para orientá-los no processo de amadurecimento.

Foi quando papai Sociedade abriu um sorriso, chamou seus filhos para perto e disse:

- Tenho muito orgulho de vocês, meus filhos. Tenho certeza que no futuro, o Bom Senso, a Ética e a Moral construirão pessoas sensacionais com muita harmonia, pois vocês são a cara da sua mãe: a Cidadania.

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